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luciene felix lamy EM ATO!

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1 de nov. de 2015

O mais perverso e, paradoxalmente, o mais sublime do Universo!



Eis o relatório preliminar sobre nós que um visitante de outra galáxia acaba de enviar a seu grupo:

Estimados, terráqueos são fascinantes! A maioria é cônscia da finitude. Embora essa consciência não paute – necessariamente – a conduta. Retomando sábios antigos, circunscreverei o Todo alicerçado-o nos quatro elementos: Fogo, Terra, Ar e Água.

Fogo porque a metafísica (metá tá physica, o que está para além da física) é responsável por toda sorte de crenças e superstições, enraizadas desde os primórdios. O indizível, o inabarcável presentifica-se do nascimento à morte, suscitando sentimentos de gratidão bem como de desespero por dádivas e bênçãos. É comum que a metafísica seja manipulada por grupos que intermedeiam a conexão com o divino, eventual e paradoxalmente, fomentando discórdia.

Terra, porque estão circunscritos e intimamente ligados à matéria, ao físico, sensorial, tangível, àquilo que chamam de “real”, daí a tal “realidade” concreta na qual se movem.

Ar, pois o que os difere dos demais viventes é a capacidade de raciocínio e linguagem, através da qual aprimoram e avançam em técnicas, legando conhecimentos.

E, Água porque são susceptíveis às emoções, reféns das variações de humores no sentido hipocrático (Hipócrates foi um ilustre curandeiro grego), culminando em gestos de comovente benevolência em termos de generosidade e – quando em desequilíbrio – responsável por inúmeros distúrbios psíquicos, de origem emocional.

Submetem-se e também imprimem de si no espaço que habitam (há regiões favoráveis e aprazíveis, bem como o contrário) e subdividiram o tempo conforme a própria physis: diâmetro, extensão e conformação do planeta (ciclos de estações anuais, de lunação e solar). Para consenso preciso e eficaz tanto do Tempo quanto do Espaço, desenvolveram e utilizam as ferramentas de ciências físicas e matemáticas.

A constituição física é frágil, o que é compensado pela engenhosidade, dom que atribuem à metafísica. Curiosos, subdividem a própria existência em fases, cujas três principais são: infância, maturidade e decrepitude. Atualmente consideram uma série de fases intermediárias (recém-nascido, bebê, criança, pré-adolescente, adolescente, adulto, maduro, idoso, etc.) e quanto mais nos extremos, maior a vulnerabilidade e probabilidade de vivenciarem violência imputada por seus algozes.

No entanto, essas subdivisões não são estáticas. Amostras do que denominam séculos a.C. (marco do nascimento de Cristo, figura das mais importantes), do século XV e do atual XXI, por exemplo, apontam que distinção de acepção e denominação dos períodos de vida sofre variações ao longo do tempo.

Devido à perecividade, o fator “Tempo” é algo que os limita e define. Julgam-no algo “valoroso”, no entanto, revelam dificuldades em lidar com ele: sentem-no como infindável no início e, à medida em que vão avançando em idade, desesperam-se pela escassez, sacando de todo tipo de subterfúgio para que o corpo não revele esse avanço. Escamoteiam letargia, flacidez, rugas, embranquecimento capilar e tudo o mais que denuncie declínio, investindo em ciências cosméticas.

O prazo de validade expira aos cerca oitenta ou noventa anos e subdividem-se entre os que são ou não dotados de órgão reprodutor externo, mas alguns são confusos quanto a isso. Em pico de ebulição hormonal, anseiam por se unirem em cópula, de onde extraem prazer e, eventualmente, geram descendentes.

Estabelecem leis e penalidades para inúmeras atividades sociais, supervisionadas por órgãos competentes. Exigem autorização ou licença do Estado para dirigir os veículos que os transportam, unirem-se em matrimônio, movimentar recursos em instituições financeiras (abrir conta em Banco), aventurar-se em negócios (abrir "firma"), realizar viagens e até mesmo para exercer a cidadania, que nos regimes democráticos caracteriza-se pelo direito de eleger seus representantes através do voto.

Curiosamente, para a atividade mais importante e irreversível da existência, que é a concepção e a responsabilidade no cuidado de seres indefesos, não há requisito prévio. Mesmo os desprovidos, os ainda em tenra idade e os inaptos (reféns de vícios e demais desequilíbrios psíquicos) procriam livremente.

Parte significativa das mazelas que os afligem reside exatamente no desprezo a essa questão, pois sabem que a prole quando bem-vinda e bem cuidada revela-se mais apta ao bom desenvolvimento tanto físico quanto psíquico.

No último século, tem sido comum casais se unirem, gerarem e desistirem da companhia um do outro enquanto a prole ainda não está apta a subsistir. Nessas ocasiões, não é raro que haja conflitos.

Aliás, conflitos são a tônica de muitas das relações que travam ao longo da existência. Desde os primórdios, são gregários e, por maior intimidade, os laços consanguíneos são fontes de salvaguarda e de dissabores.

Vaidosos, apreciam ser enaltecidos, relatam façanhas e buscam aplausos dos pares, que elegem como os “superiores” dentro de seus círculos. Todos, em maior ou menor grau, são reféns da “vanitas”. Patéticas, muitas dessas vaidades são até bem ingênuas: exibem orgulhosos o alimento que ingerem, com quem se relacionam, por onde andam e o que fazem.

Fonte de vaidade também são as características físicas, os dons e talentos. Enaltecem a harmonia das proporções físicas (peso x altura) e, por haver variação nas cores de pele, cabelos e olhos, auto avaliam-se e medem-se uns aos outros, recorrendo a métodos que propiciem atrativos que os destaquem, tornando-os alvo de inveja do grupo.

Tal qual os dedos de suas mãos, não são iguais, mas parecidos. Após cerca de dezesseis horas em atividades que assegurem a subsistência, a manutenção do status alcançado ou ainda empenhando-se em atingir o almejado, o organismo exige repouso. Alimentam-se cerca de três vezes ao dia, são dotados de mecanismos excretores eficazes e não sobrevivem sem ar e água.

Seus instintos – quando não domesticados – os levam a atos de barbárie contra os indefesos, sobretudo crianças e, mesmo cônscios do quão irreversíveis são tais perversidades, negligenciam a interditos como incesto e pedofilia, que perpassam sorrateiramente por séculos de existência. Alvos de injustiça e violência são também os desprovidos de acesso à educação, de recursos econômicos e os idosos.

Através de mecanismos de fala e escrita, compartilham descobertas notáveis e incessantes, assegurando-se de progressos em saúde, segurança, comodidade e conforto, itens que pautam a estratificação social, pois subdividem-se em classes que denominam: baixa, média e alta.

Como em tudo, há subdivisões. Quanto menor a capacidade de acesso aos bens, mais baixo o nível econômico e menor a garantia de uma existência digna, enquanto que, quanto mais elevado o estrato social, maior o desfrute de privilégios, cujo anseio é constante e insaciável.

Soberbos, são atraídos pela demonstração de poder, com o qual, além de assegurar luxos e exclusividades, exercem comando sobre os demais. O poder, sobretudo político (zelar pela pólis, pela res pública) é pervertido em seu propósito e manipulado a fim de angariar fama, honras e principalmente fortunas, pois no afã de amealhar tesouros sobre a Terra. 

Ferrenhos e costumeiros transgressores de Leis, impiedosamente, enganam, mentem, desrespeitam, roubam, ludibriam, extorquem e até matam.

Xenófobos, são condescendentes com aqueles que consideram como sendo “os seus”. E de muita má vontade para com os que não compactuam com costumes, crenças ideias e ideais.

Talvez, “de fora”, percebamos melhor quem somos.
Luciene Felix Lamy

Chocada com as manifestações das pessoas sobre o vídeo abaixo, decidi postá-lo.

UM DESESPERADO GRITO POR SOCORRO QUE NINGUÉM ESCUTA!


É provável que essa criança esteja sendo vítima de algum tipo de perversidade (espancamento ou até mesmo abuso) dentro de sua própria casa (supondo que viva num lar). E que, por não conseguir verbalizar a violência da qual é vítima, esteja exteriorizando sua revolta aos maus tratos à qual é submetido agindo também de forma desequilibrada.

Talvez esse seu comportamento seja reflexo do que vivencia com os quais convive e alguém precisa ouvi-la, a fins de perscrutar o(s) porquê(s) de tal atitude. Infelizmente, nenhuma das pessoas por perto detém sensibilidade para aventar a essa possibilidade, pois são despreparadas para lidar com a manifestação de revolta quando ela eclode justamente na fase mais tenra, frágil e presumivelmente "doce" da vida, que é a infância. 

É lamentável e até revoltante que não se atente a isso. A turba (multidão ) apressa-se a opinar à partir de suas experiências pessoais, negando-se à dádiva de PENSAR para além de seu próprio umbigo. Óbvio que nem todas as crianças, vítimas de violência, se manifestam dessa forma, mas devemos atentar à regra, não somente às exceções.


Um amigo disse desconfiar: "(...) pra mim isso eh um caso de psicopatia." Bem, SE for esse o caso, mais uma razão para que profissionais especializados investiguem e confirmem a patologia. 

Só me manifestei (tanto no facebook quanto aqui mesmo, em nosso blog) porque li comentários absurdos e rasos, extremamente mal embasados sobre a questão. Há realmente a possibilidade da criança já ter uma predisposição psíquica a reagir com violência quando contrariado, sem dúvida, MAS, no entanto, contudo, todavia, SE o meio fizer ouvidos moucos a esses indícios e manifestações, as consequências, tanto para a sociedade quanto para ele próprio poderão vir a ser muito, mas muitos mais nefastas.

Abraços,

Luciene Felix Lamy
E-mail: mitologia@esdc.com.br

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Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

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