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luciene felix lamy EM ATO!

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27 de ago. de 2016

Curso de Mitologia Greco-romana em Santos


O Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS) realiza dias 1 e 2 de setembro (5ª e 6ª feira), das 15 às 17h, o Curso de Mitologia Greco-Romana com a professora Luciene Felix Lamy.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone (13) 3222-5484 ou pelos e-mail's: ihgs@ihgs.com.br ou mitologia@esdc.com.br. 

A taxa é de R$ 50 e inclui apostila e certificado. 

O IHGS fica na Avenida Conselheiro Nébias, 689, Boqueirão - Santos, SP
Fonte original da notícia - Jornal da Orla, AQUI.

1 de ago. de 2016

FAMA (inveja) e DIFAMAÇÃO


"A vaidade alheia só incomoda quando esbarra na nossa". Leandro Karnal 

A etimologia da palavra “fama” talvez elucide uma das razões pela qual tantos a perseguem. Em grego “phannum”, significa sagrado e podemos interpretar “phanaí” como sendo o dizer, o expor, o revelar, divulgando, portanto, trazendo a público alguma mensagem de cunho divino.

Em latim, “fáma”, quando boa, juntamente com poder e prestígio, constituía um dos três elementos a ser considerado para aferir o status de um indivíduo. Obviamente, quem detém fama torna-se famoso. 

No entanto, atentemos que a fama – enquanto notoriedade pelo que se traz à público – é dissociado, ou seja, independe de julgamento moral (certo/errado), pois Hitler, por exemplo, foi e é, até hoje, muito famoso.

O eclético panteão de divindades greco-romanas elucida o porquê de perversidades e vilezas também promoverem fama (a má fama!), permitindo a profanação (fora do fannum) dos costumes (mores), pois nem todos os deuses primam pela ordem e a virtude.

Assim, por darem visibilidade a entidades como Éris (deusa da discórdia), a um Dioniso (festivas desordens, o caos e o bacanal) e até mesmo a Ares (Marte), o violento deus da guerra, nos deparamos com registros, postagens e compartilhamentos de imagens e vídeos de decapitações, estupros coletivos e de outras atrocidades deploráveis, o que comprova a heterogeneidade das deidades.

Sabemos que a internet democratizou a fama (boa e/ou má), que carrega em seu bojo a possibilidade concreta e real de propagação imediata do que quer que seja.


E, na atual frenética Idade Mídia, uma assanhada, celerada e acelerada horda de bárbaros busca e faz jus à fama, como apropriadamente nos alertou o filósofo italiano Umberto Eco (1932-2016): “As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade (…) agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel.”.

Sem dúvida, o fato da fama estar ao alcance de todos não significa que seja – necessariamente – por por uma razão nobre, salutar e, portanto, algo que se deva perseguir (ou seguir) cegamente, a todo e qualquer custo; sem falar que a fama tem seu preço: o risco de ser denegrido.

Fama torna alguém famoso e, por suscitar inveja, alvo fácil de difamação. Já discorremos sobre a terrível inveja em nosso artigo sobre “Os Sete Pecados Capitais”, publicado AQUI, e no jornal jurídico Carta Forense. Detenhamo-nos, então, à questão da difamação.


Difamar, do latim, “diffamare”, é tirar a fama, é acusar alguém (com ou sem fundamento) de forma ofensiva contra sua honra e sua reputação com a intenção proposital de desacreditá-la diante da opinião pública, mesmo que para isso valha-se da calúnia, da mentira e da fofoca (sussurratio, uma das filhas da inveja).

Para que alguém venha a ser alvo de inveja e, consequentemente de más línguas (talvez devêssemos dizer más falanges nos teclados e/ou nas telas), basta que obtenha destaque em alguma esfera ou instância da vida, pois sem proeminência em algo (inteligência, beleza, eloquência, riqueza, talentos, virtudes ou a prosaica e genuína felicidade) não há o que difamar.


Alguns acadêmicos brasileiros têm-se valido da internet e suas múltiplas plataformas para propagar e disseminar conhecimentos sobre as ideias e ideais de renomados filósofos, artistas, literatos e intelectuais de referência, conquistando uma legião de seguidores, alcançando fama, tornando-se famosos.

Dentre esses, podemos citar os professores universitários Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e Mario Sérgio Cortella, só para mencionar alguns doutores que tem encontrado na mídia uma forma de arregimentar muitos fãs atentos e gratos aos seus ensinamentos.

São vaidosos? Sim. Apreciam e capitalizam sobre a fama? Sim, e como concluiu o poeta romano Terêncio (195/185 – 159 a.C.): “Homo sum: nihil humani a me alienum puto (Sou homem: nada do que é humano me é estranho).”. 

Surpreende é que até mesmo esses indivíduos, independente do quanto tenham se dedicado aos estudos, se esforçado para a obtenção de suas titulações e se empenhado em suas carreiras acadêmicas, sejam alvos de inveja e, consequentemente, de difamação.

Eles também tem sido vítimas de descabidas e covardes maledicências e são incessante e grosseiramente difamados por anônimos (ou nem tanto) que insistem em lhes comprometer a boa reputação, acusando-os de serem rasos, superficiais, repetitivos. Como bem observou um deles, profira cinco palestras sobre ética a públicos diferentes e constatará que não há como não ser um tanto repetitivo. 

Mesmo quando lhes atacam por posturas ou convicções políticas, o fazem não argumentando quanto às ideias, tampouco de forma cortês, mas com impropérios e ofensas, desvirtuam o debate e focam no ser humano que, a despeito de tantas adversidades que todo professor carrega, se propõe a transmitir e defender de forma honesta – muitas vezes apaixonada – suas ideias.

Para seus pares, talvez não haja mesmo novidade no que trazem e, os clássicos aos quais se referem soe como “coleção primeiros passos” para os profundos estudiosos da ciência de Platão. 

No entanto, o conteúdo que –, para os demais acadêmicos pode não passar de “beabá” ou mero “verniz” –, para a grande massa de curiosos em torno de seus saberes, está sendo transmitido de forma encantatória (eis o mérito!) e isso tem seu valor.


É consenso que no mundo de hoje, talvez mais que em qualquer outra época, urge que as pessoas sejam despertadas, que se espantem e se embrenhem na busca e conquista de conhecimentos que lhes possibilite o desenvolvimento do pensamento crítico.

Contarmos com mestres que ousam fazer essa ponte – entre a cultura erudita e o público leigo – é uma dádiva que jamais deveria ser desprestigiada.

À todos, sobretudo aos que os invejam (“humano, demasiado humano”, como diria o filósofo alemão Friedrich Nietzsche), a mídia tradicional dispõe de diversos veículos (TV, rádio, jornais e revistas, etc.) e a internet, de infinitas plataformas e janelas. 

A perda de tempo e o desgaste ao qual os detratores se expõem, difamando-os inútil e indignamente, poderia ser usado em algo mais eficaz: desenvolvendo e apresentando um trabalho melhor, por exemplo, ou, ao menos, tão razoável quanto o que esses professores famosos têm realizado. A coletividade, todos nós, só temos a ganhar, afinal, fama volat (do latim, a fama voa). 

Detalhe sobre a "inveja" (invidia), por Giotto di Bondone:


Confira publicações recentes sobre "Astrologia & Arte" - AQUI.

luciene felix lamy
mitologia@esdc.com.br
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ESCOLHA & CLIQUE (leia no topo). Cultura faz bem ao Espírito!


Eis que a Sabedoria reina, mas não governa, por isso, quem pensa (no todo) precisa voltar para a caverna, alertar aos amigos. Nós vamos achar que estais louco, mas sabes que cegos estamos nós, prisioneiros acorrentados à escuridão da caverna.

Abordo "O mito da caverna", de Platão - Livro VII da República.

Eis o télos (do grego: propósito, objetivo) da Filosofia e do filósofo. Agir na cidade. Ação política. Phrônesis na Pólis.

Curso de Mitologia Grega

Curso de Mitologia Grega
As exposições mitológicas explicitam arquétipos (do grego, arché + typein = princípio que serve de modelo) atemporais e universais.

Desse modo, ao antropomorficizarem os deuses, ou seja, dar-lhes características genuinamente humanas, os antigos revelaram os princípios (arché) de sentimentos e conflitos que são inerentes a todo e qualquer mortal.

A necessidade da ordem (kósmos), da harmonia, da temperança (sophrosyne) em contraponto ao caos, à desmedida (hýbris) ou, numa linguagem nietzschiana, o apolíneo versus o dionisíaco, constitui a base de toda antiga pedagogia (Paidéia) tão cara à aristocracia grega (arístois, os melhores, os bem-nascidos posto que "educados").

Com os exponenciais poetas (aedos) Homero (Ilíada e Odisséia), Hesíodo (A Teogonia e O trabalho e os dias), além dos pioneiros tragediógrafos Sófocles e Ésquilo, dispomos de relatos que versam sobre a justiça, o amor, o trabalho, a vaidade, o ódio e a vingança, por exemplo.

O simples fato de conhecermos e atentarmos para as potências (dýnamis) envolvidas na fomentação desses sentimentos, torna-nos mais aptos a deliberar e poder tomar a decisão mais sensata (virtude da prudencia aristotélica) a fim de conduzir nossas vidas, tanto em nossos relacionamentos pessoais como indivíduos, quanto profissionais e sociais, coletivos.

AGIMOS COM MUITO MAIS PRUDÊNCIA E SABEDORIA.

E era justamente isso que os sábios buscavam ensinar, a harmonia para que os seres humanos pudessem se orientar em suas escolhas no mundo, visando atingir a ordem presente nos ideais platônicos de Beleza, Bondade e Justiça.

Estou certa de que a disseminação de conhecimentos tão construtivos contribuirá para a felicidade (eudaimonia) dos amigos, leitores e ouvintes.

Não há dúvida quanto a responsabilidade do Estado, das empresas, de seus dirigentes, bem como da mídia e de cada um de nós, no papel educativo de nosso semelhante.

Ao investir em educação, aprimoramos nossa cultura, contribuimos significativamente para que nossa sociedade se torne mais justa, bondosa e bela. Numa palavra: MAIS HUMANA.

Bem-vindos ao Olimpo amigos!

Escolha: Senhor ou Escravo das Vontades.

A Justiça na Grécia Antiga

A Justiça na Grécia Antiga

Transição do matriarcado para o patriarcado

A Justiça nos primórdios do pensamento ocidental - Grécia Antiga (Arcaica, Clássica e Helenística).

Nessa imagem de Bouguereau, Orestes (Membro da amaldiçoada Família dos Atridas: Tântalo, Pélops, Agamêmnon, Menelau, Clitemnestra, Ifigênia, Helena etc) é perseguido pelas Erínias: Vingança que nasce do sangue dos órgãos genitais de Ouranós (Céu) ceifado por Chronos (o Tempo) a pedido de Gaia (a Terra).

O crime de matricídio será julgado no Areópago de Ares, presidido pela deusa da Sabedoria e Justiça, Palas Athena. Saiba mais sobre o famoso "voto de Minerva": Transição do Matriarcado para o Patriarcado. Acesse clicando AQUI.

Versa sobre as origens de Thêmis (A Justiça Divina), Diké (A Justiça dos Homens), Zeus (Ordenador do Cosmos), Métis (Deusa da presciência), Palas Athena (Deusa da Sabedoria e Justiça), Niké (Vitória), Erínias (Vingança), Éris (Discórdia) e outras divindades ligadas a JUSTIÇA.

A ARETÉ (excelência) do Homem

se completa como Zoologikon e Zoopolitikon: desenvolver pensamento e capacidade de viver em conjunto. (Aristóteles)

Busque sempre a excelência!

Busque sempre a excelência!

TER, vale + que o SER, humano?

As coisas não possuem valor em si; somos nós que, através do nôus, valoramos.

Nôus: poder de intelecção que está na Alma, segundo Platão, após a diânóia, é a instância que se instaura da deliberação e, conforme valores, escolhe. É o reduto da liberdade humana onde um outro "logistikón" se manifesta. O Amor, Eros, esse "daimon mediatore", entre o Divino (Imortal) e o Humano (Mortal) pode e faz a diferença.

Ser "sem nôus", ser "sem amor" (bom daimon) é ser "sem noção".

A Sábia Mestre: Rachel Gazolla

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O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

O Sábio Mestre: Antonio Medina Rodrigues (1940-2013)

Você se sentiu ofendido...

irritado (em seu "phrenas", como diria Homero) ou chocado com alguma imagem desse Blog? Me escreva para que eu possa substituí-la. e-mail: mitologia@esdc.com.br